Extinta

Há pouco tempo atrás eu tinha tanto medo de perder alguêm que me cobrava fazer de pequenos momentos grandes felicidades. Hoje é nítido que esse mesmo sentimento me é faltoso. Fui anestesiado pela experiência, essa que julgam ser a pré-requisito da maturidade, que me tornou insensível, sem aspiração à relacionamentos duráveis, a longo prazo. Perder pessoas se fez tão constante que a amizade entrou para a lista dos sentimentos em extinção. Nada de conquistar amigos, como quem ganha um presente para a vida toda, aluga-se um amigo como quem aluga uma casa ou um apartamento nas férias, por um período o faz feliz e te trás boas lembranças, que se tornam somente lembranças, entre outras tantas casas, tantas férias. Isso reafirma a teoria do administrador iludido, que planeja e aspira por acumular bens achando que isso lhe trará felicidade e morre sem que o faça. Eu quero é ser o administrador consciente que sabe realmente qual é o melhor investimento e qual o bem mais durável, que não se destrói nem se desgasta por pouco, que permanece tanto na vida quanto na morte: o amigo.